História em quadrinho tem roteirista Emerson Abreu, que concedeu entrevista ao blog Canal de Games
Aos interessados: está nas bancas!
A edição 29 da revista de história em quadrinhos do Cebolinha, personagem da Turma da Mônica, traz o Cebolinha e seu amigo Xaveco jogando videogame, divertindo-se em partidas de Guitarrero, francamente inspirado no franquia gamística de sucesso Guitar Hero.
O gibi Cebolinha (Maurício de Souza/Panini) tem 64 páginas e custa 3,20 reais.
Gente que faz!
O roteirista da adaptação do jogo para o bigi, Emerson Abreu, deu entrevista ao blog Canal dos Games, que eu "copiei e colei" e postei aqui.
Aliás, o editor do blog é também colaborador do Zero Hora, que é o maior jornal do Rio Grande do Sul.
...
A seguir, a entrevista "copiada e colada"
Canal dos Games: Qual o propósito de vocês em falar sobre o Guitar Hero na Turma da Mônica?
Emerson Abreu: O fato é que na época em que eu escrevi esse roteiro (janeiro de 2009) eu estava mesmo viciado em Guitar Hero. Para um roteirista, qualquer experiência da vida real pode se tornar uma história. Eu varava as noites jogando e sempre rachava o bico quando me perdia na hora de liberar o poder das estrelas e ficava p*** com os malditos “botões laranja”. Achei que muita gente também passava por isso e que talvez o assunto pudesse render uma boa história.
CdG: Gosta de games em geral?
EA: É claro! É impossível para um roteirista criar uma história sem ter, pelo menos, um conhecimento básico do assunto que ele está tratando, as informações acabam parecendo falsas e genéricas. É claro que eu tomei algumas liberdades na hora de escrever o roteiro para render mais algumas piadas, como por exemplo, o fato deles conseguirem jogar o mesmo game com o joystick e com os instrumentos.
Na realidade, a série Guitar Hero só introduziu a bateria e o microfone no título World Tour, e nesse caso, o joystick já não era mais uma opção para o jogador.
Já zerei quase todos os títulos da franquia e mais uma porrada de hacks que eu baixei da internet. Também acompanhei a final do RockPlay, o primeiro campeonato de Guitar Hero no Brasil, que aconteceu em setembro de 2008, no Inferno Club da Augusta.
Sou viciado em games desde que comprei o Quake 1 em 1996 (tenho até o símbolo do jogo tatuado no braço direito). Nesse caso, o que me chamou mesmo a atenção foi a possibilidade de construir novos mapas, programar novos monstros e bolar armas diferentes. Cheguei até a compilar uma “partial conversion” (com uma nova engine, efeitos especiais e várias outras modificações) chamada TribalQuake (ou Tribalmod, dependendo de onde você baixava). Essa conversão fez um sucesso razoável em fóruns como Inside3D e o finado Quake Standard Group.
Hoje em dia ele não está mais disponível pra download, mas algumas screenshots ainda podem ser vistas aqui.
Infelizmente, hoje em dia não me sobra muito tempo pra jogar, mas ainda assim, eu estou tentando fechar o viciante Defense Grid e mod OffShore do Half-Life 2.
Não curto muito esse papo de jogar online, gosto mesmo do bom e velho single-player.
CdG: Na história, o videogame queima por causa do famoso problema das três luzes vermelhas e o Xaveco quase se desespera. Isso já aconteceu com você ou algum conhecido?
EA: Na verdade eu jogo no PS2 com o joystick mesmo. Já joguei no X360 do meu irmão e não consegui me adaptar direito com aquela guitarrinha de plástico. Talvez se eu treinasse mais...
Felizmente o videogame dele nunca deu o problema das três luzes vermelhas (mas já foi pra assistência técnica duas vezes). Só abordei esse problema na história porque tem muita gente por aí que já sofreu com isso e eu imaginei que eles acabariam se identificando com a situação.
CdG: Vocês pretendem abordar outros games (quais?) em outras histórias?
EA: Isso só o tempo pode dizer, já que não é todo jogo que serve para virar uma história. Quando você escreve um roteiro baseado em qualquer coisa real, seja um filme, um desenho animado ou mesmo um game, você deve pensar também nos milhares de leitores que nunca ouviram falar do assunto em questão.
Só escrevi essa história sobre o Guitar Hero porque ele já virou uma mania mundial, um verdadeiro marco na indústria do videogame, um fenômeno cultural entre adultos, crianças e adolescentes. Mesmo que o leitor não tenha jogado o game, com certeza ele já ouviu falar e sabe do que se trata.
Eu não poderia, por exemplo, escrever uma paródia de outros títulos famosos como Half-Life, Shadow of Colossus e God of War porque, apesar de serem bastante conhecidos entre os jogadores, o grande público não faz a mínima idéia do que sejam. Eu aprendi isso em 1998, quando escrevi uma sátira do Quake 1, que na época era a bola da vez. Depois do expediente a sala dos roteiristas virava um matadouro de monstros e jogávamos até altas horas da noite.
Cebolinha 29: Em Guitarrero, Xaveco quer jogar videogame sossegado, mas a turma toda aparece em sua casa para atrapalhar
Nenhum comentário:
Postar um comentário